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Novos produtos podem ajudar o segmento

|11.01.2021

Por Valor Econômico

Indústria de fundos de crédito privado precisa contar mudanças de cenário
– Por Ana Paula Ragazzi –

Após quase dois anos sofrendo com a fuga de investidores e a taxa Selic na mínima histórica, a indústria de fundos de crédito privado precisa contar ou com mudanças de cenário ou com produtos novos para voltar a captar, acreditam especialistas.

“Na nossa leitura, o mercado de crédito pode ter dois caminhos em 2021. Se os juros continuarem baixos, a indústria tende a criar novos produtos, mais alavancados, com novas possibilidade de diversificação para atrair investidores. Mas se a taxa básica, como muitos projetam no mercado, voltar a subir, aí o investidor tende a voltar para os produtos tradicionais, fugindo do risco da bolsa”, avalia Laurence Mello, da AZ Quest.

Para Alexandre Muller, sócio da JGP, a indústria tem potencial de voltar a atrair recursos, especialmente se confirmada uma elevação dos juros, mas ela precisa de uma “reconfiguração de prateleira”. “No Brasil, crédito é predominantemente pós-fixado, tirando a parte de debêntures isentas. Então, uma Selic muito baixa desvia recursos dessa classe para ativos de maior sensibilidade a juros, como bolsa ou fundos imobiliários. Se o juro começar a subir, teoricamente é positivo para produtos pós-fixados e então esses fundos poderão voltar a atrair recursos”, afirma.

Para o gestor, existem várias possibilidades de diversificação – a JGP, por exemplo, criou um índice que acompanha as debêntures e planeja o lançamento de um ETF atrelado ao referencial. “As opções são várias e, se a indústria atrair mais volumes, abrem-se novas possibilidades. Mas nenhuma delas funciona no formato de liquidez diária, no qual esse segmento cresceu nos últimos anos.”

Na visão de Muller, o gestor vai ter de ir atrás do investidor que está fazendo alocação de portfólio, que está enxergando uma oportunidade e vai deixar o capital aplicado por mais tempo. “O investidor vai fazer a conta, compreender os riscos, comprometer capital e isso vai abrir para essa indústria a possibilidade de aprofundamento, com fundos que tolerem mais volatilidade, que olhem para papéis ‘high yield’ [que têm mais risco e, potencialmente, mais retorno] e também investimentos no exterior”, afirma.

Não serão produtos para aquele investidor que acha que vai ter ganho certo, sem volatilidade e com possibilidade de resgates diários, ressalta. “Vai levar tempo para explicar os produtos ao investidor”, afirma o gestor da JGP, destacando que não vê essa indústria voltar a crescer mais de R$ 50 bilhões em um ano como chegou a acontecer.

Guilherme Cadonhotto, analista de renda fixa da Spiti, também aposta na diversificação. “Em mercados mais desenvolvidos, há swap casado com vencimento do ativo, troca de indexador de papéis. Esse mercado vai ter de passar por uma evolução para continuar atrativo”, diz.

Segundo Cadonhotto, se o prêmio fechar e a Selic se mantiver onde está, realmente não vai valer a pena investir em crédito privado. Por isso, ele acredita que deverá haver mais opções tanto em derivativos, quanto de novas possibilidades de liquidez, assim como uma plataforma digital de negociação. Já há oferta no mercado de operações compromissadas com debêntures, exemplifica, que podem viabilizar a alavancagem nesses fundos.

Alejandro Schiuma, sócio responsável pela área de crédito privado da Mauá Capital, acredita que certamente haverá mais diversificação, com fundos mais alavancados, assim como já é feito no exterior. “Mas antes disso, acho que a indústria precisa estar mais desenvolvida, com um secundário mais forte e mais ‘players’ operando. Esse tipo de estratégia permite que você monte posições diferenciadas em termos de abertura nos spreads, por exemplo. Mas é preciso que haja uma pprreecciiffiiccaaççããoo justa no mercado. Se houver somente um ou dois players, acho complexo”, explica.

Para Alfredo Menezes, executivo-chefe da Armor Capital, o mercado de crédito privado terá de ir para o exterior. “Acredito que o investidor do private vai passar a focar outros papéis, procurando inclusive opções high yield nos mercados americano, da América Latina e também da Europa, uma região ainda pouco acompanhada aqui”, avalia.

Já Bruno Eiras, sócio da gestora Devant, é mais reticente em relação à atratividade desses instrumentos acoplada a fundos de crédito privado. “Dado o mercado atual, não vejo essa migração para produtos com alavancagem. Nos patamares atuais, o investidor está vendo possibilidade retorno maior alocando em outros produtos, de mais risco”, diz Eiras. Pierre Jadoul, gestor de crédito da ARX Investimentos, acrescenta que hoje as boas oportunidades de retorno estão naqueles fundos de crédito com papéis atrelados à inflação.

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