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Mercado local parece receptivo a novos papéis

|26.02.2021

Por Valor Econômico

Por Ana Paula Ragazzi —

O mês de fevereiro sinalizou que a demanda do investidor institucional doméstico por títulos de dívida está voltando aos poucos, enquanto a pessoa física segue com grande apetite por esses papéis. Já no mercado internacional, um excesso de liquidez no início do mês criou demanda muito elevada para empresas brasileiras, que fizeram cinco operações até dia 12. Uma nova leva de emissões externas só virá com os números do balanço de 2020.

Alexandre Muller, sócio da gestora JGP, afirma que, pelo acompanhamento de fundos de crédito privado, é possível identificar o mercado mais receptivo a novos papéis. Para ele, em fevereiro, há possibilidade de a indústria fechar com captação levemente positiva – alguns fundos já estão desde o fim de 2020 atraindo recursos.

“Em alguma medida, isso já é reflexo da tentativa da indústria de se antecipar ao esperado movimento de elevação da Selic nos próximos meses. Como o crédito no Brasil é predominantemente pós-fixado, a tendência é que num ciclo de alta dos juros esses fundos voltem a ter fluxo positivo”, diz.

Um exemplo de que mais fundos estão de volta ao mercado foi a operação de debêntures da SulAmérica, coordenada por Itaú BBA, Santander e BV. A empresa captou R$ 700 milhões em duas séries; uma para cinco anos, a CDI + 1,8%, e outra de três anos, a CDI + 1,5%. A emissão ficou 100% com o mercado, dividida entre fundos (quatro concentraram parte relevante da operação) e pessoa física. A sinalização em termos de spreads foi relevante, pois rompeu o patamar de CDI + 2% e numa operação colocada a mercado.

Mas a maioria das operações ainda são suportadas por bancos. Um exemplo foi uma debênture da Yduqs, coordenada por Santander, Citi e Itaú BBA, que somou R$ 1,850 bilhão. A operação tem prazo de cinco anos e saiu a CDI + 2,5% – spreads acima dos 2% ainda parecem estar em patamar atrativo do ponto de vista dos bancos.

Outra operação que se destacou este ano foi uma oferta pública de debêntures de infraestrutura, feita pela Rumo, de R$ 1,2 bilhão, coordenada por Itaú BBA, Bradesco BBI, BTG, Santander, UBS BB e XP.

A demanda, de acordo com fontes, alcançou R$ 3 bilhões. Perto de 80% dos papéis ficaram com pessoas físicas, confirmando que a demanda desse perfil de investidor por títulos incentivados segue muito aquecida. Estão em análise na CVM três grandes operações: dois certificados de recebíveis agrícolas: um de R$ 1,5 bilhão da JBS e outro de R$ 750 milhões da M. Dias Branco; e um de recebíveis imobiliários, da Rede D’Or, de R$ 1,5 bilhão. A Light prepara debêntures de infraestrutura.

Do lado das emissões internacionais, fevereiro foi marcado pela volta de duas empresas que há anos não faziam emissões. A Hidrovias emitiu US$ 500 milhões em um bônus de 10 anos, com taxa de 4,95%. A operação foi para refinanciar seu único papel no mercado, emitido em 2018, que vencia em 2025 e tinha taxa de 5,95%. Já a Tupy, que não vinha a mercado desde 2015, captou US$ 375 milhões para 10 anos, a uma taxa de 4,50% – a emissão anterior vencia em 2024 e tinha juros de 6,625%.

“Ambas estavam em momentos saudáveis de crédito e aproveitaram para alongar o perfil da dívida. Encontraram muita demanda dos investidores, que superaram a oferta em oito ou nove vezes”, diz Laszlo Lueska, sócio da Octante Capital. “No início do mês, houve mais apetite a risco e com o excesso de liquidez no mercado externo, devido principalmente à política fiscal e monetária frouxa adotada pelas principais economias do mundo”, afirma.

O evento Petrobras, Lueska classifica como pontual. Mas em particular ontem foi um dia mais difícil nesse mercado, por conta da alta da taxa dos Treasuries. “O mercado está com medo da inflação nos Estados Unidos e houve venda generalizada de bonds. A situação deve ser monitorada daqui para a frente”, diz.

Leia a matéria original do Valor Econômico aqui.