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Da chegada à JGP ao fundo de healthcare e biotecnologia

Exame Invest |02.04.2024

O JGP Health Care, fundo que Suy tem sob gestão, acumula uma rentabilidade de mais de 107% desde a sua criação

Foi-se o tempo em que as carreiras eram lineares. Ainda assim, um médico abandonar a formação para se aventurar no mundo dos investimentos parece algo inusitado. Mas isso não impediu Suy Anne Rebouças, médica oftalmologista, de se tornar gestora de um fundo de biotecnologia da JGP.

Ainda na área da medicina, ela fez o seu pós-doutorado na Johns Hopkins, em Baltimore — que se tornou referência no monitoramento da pandemia da Covid-19 pelo mundo. E foi lá que ela teve contato com a interdisciplinaridade, o que lhe permitiu abrir uma janela de oportunidades. Entusiasta pela pesquisa científica, Suy foi surpreendida com um ambiente em que a medicina mantinha diálogo constante com a biotecnologia, farmacológica e até com fundos de investimentos.

“Achei fascinante aquela integração toda entre ciência, indústria e investimentos. As faculdades de medicina brasileiras, e da maioria dos países, costumam ser muito fechadas a outros campos do saber”, disse em conversa com a EXAME Invest. Segundo ela, paralelamente aos estudos em biologia molecular, ela iniciou um mestrado em Finanças na Hopkins.

O setor de saúde é o segundo de maior representatividade como é o S&P 500, movimentando cerca de US$ 4 trilhões apenas nos Estados Unidos, Suy viu esse cenário como uma oportunidade e deu início à sua transição de carreira. Para isso, ela se mudou para Nova York e começou a atuar como analista financeira.

Foi assim que ela conseguiu unir as duas pontas da sua carreira.

Da chegada à JGP ao fundo de healthcare e biotecnologia

Em 2013, fazia quase oito anos que morava nos EUA e Suy resolveu voltar ao Brasil. Retomar a cobertura de um portfólio ligado à saúde era um desafio contratado – visto que tanto o mercado brasileiro não tinha (e continua a não ter) olhos para a biotecnologia, quanto pelo fato de sua principal formação não ser a financeira. Mas pouco tempo depois de se candidatar em uma oportunidade na JGP, seu perfil e experiência chamaram a atenção e ela foi convidada a integrar o time  como analista global de investimentos. Três anos depois, nascia o fundo JGP Health Care sob a sua gestão.

“Trata-se de um portfólio diversificado, já que é composto por seis setores da saúde. O carro-chefe fica com a biotecnologia, respondendo por aproximadamente 30% do fundo”, conta. Mas a alocação dos investimentos vai além, com aportes destinados a empresas nichadas em equipamentos médicos, de serviços de saúde, farmacêuticas, e de diagnósticos.

Do seu lançamento para cá, o JGP Health Care acumula uma rentabilidade de mais de 107%. E o fundo nasceu internacional, com maiores alocações em companhias americanas, seguidas pelas europeias e asiáticas, visto que as empresas de saúde na bolsa de valores brasileira estão mais relacionadas à prestação de serviços a pacientes – como hospitais e operadoras.

Para o longo prazo (e para a saúde do futuro)

Suy brinca que o investidor ideal para o fundo é aquele que não estará colocando “o leite das crianças” na aplicação. Isso porque a visão de retorno é a de longo prazo e de auxiliar no crescimento de empresas focadas na “saúde do futuro”. E não é à toa: o desenvolvimento dos países tem levado a uma inversão na pirâmide etária. No topo, que tem se alongado, observa-se uma população que caminha cada vez mais para uma maior longevidade; enquanto isso, na base, a taxa de natalidade vai progressivamente se estreitando.

“A população de terceira idade é a que mais gasta com saúde, direcionando a demanda do setor. Esse é um fator muito importante, já que a taxa de crescimento da população acima de 65 anos está bem maior do que o crescimento da população jovem”, diz a gestora. Ela ainda lembra que a “cascata” das descobertas científicas segue crescendo em ritmo acelerado, viabilizando o avanço tecnológico do setor.

Além disso, Suy aponta que os ativos do setor estão subvalorizados, após a “ressaca da Covid” – com exceção das companhias de vacinas e diagnósticos –, que viram seus lucros caírem devido ao cancelamento de cirurgias, paralisação temporária das vendas de medicamentos não-urgentes, entre outras ocorrências. “O ano de 2024 e os próximos têm potencial de bons retornos às empresas de saúde, já sendo vista a abertura de janelas de fusões e aquisições no setor.”

Olhar clínico nos investimentos

Mas não é somente a rentabilidade de um fundo que move o trabalho de Suy. Como médica, o compromisso de melhorar a saúde da população continua presente em sua atuação. Por isso, há uma presença significativa de empresas focadas no desenvolvimento de medicamentos para cura e tratamento de doenças raras ou graves, bem como de pesquisas e inovação tecnológica.

Um exemplo que ela cita é a Vertex Pharmaceuticals (VRTX:NASDAQ), principal nome para o tratamento da fibrose cística. A doença rara, de origem genética e ainda incurável, provoca em crianças o acúmulo de muco no pulmão, causando insuficiência respiratória e reduzindo a expectativa de vida. “O conjunto de medicamentos ajuda na qualidade de vida tem contribuído para aumentar a longevidade desses pacientes”, diz.

E a empresa tem ido além, e já está na terceira e última fase de testes de um medicamento para a dor moderada a grave. “Ele tem potencial para ser uma alternativa aos opioides, que tem gerado a dependência por parte de usuários e causado problemas sociais e econômicos nos EUA”, aponta. Na bolsa de valores de Nova York, as ações da farmacêutica acumulam uma valorização superior a 120% nos últimos cinco anos.

Mas se olharmos para a rentabilidade, a Eli Lilly (LLY:NYSE) tem se mostrado uma das melhores apostas da médica gestora. A farmacêutica dona do Mounjaro, concorrente do Ozempic na indústria das canetas para o tratamento da obesidade e diabetes, acumula uma alta de 512% nos últimos cinco anos e seu valor de mercado já superou o da Tesla (TSLA:NASDAQ). Esse é um dos diferenciais ao ter o olhar da medicina por trás das análises. “Busco investir nas empresas cujos produtos [sejam medicamentos, tratamentos ou tecnologias] mostrem ter futuro e ciência sólida. O mercado de saúde é amplo e é necessário entender de estudo clínico. É muito mais sobre medicina e pesquisa científica.”

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