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Corretoras ampliam oferta de produtos com critérios ESG

|12.08.2021

por Valor econômico

Por Mônica Magnavita —

Na Europa, segmento deve atingir até 57% do mercado de fundos mútuos em 2025, ou US$ 8,9 trilhões

Os fundos que utilizam critérios ESG, que atentam às boas práticas socioambientais, estão se consolidando como opção de investimento no Brasil. Grandes bancos e boa parte de gestoras de investimentos já exibem pelo menos um produto com o selo sustentável para oferecer aos clientes e tudo indica que o processo ganhará corpo nos próximos anos. Há for

No Brasil, os valores captados ainda são tímidos, inferiores a R$ 3 bilhões em 2020, mas metade dos recursos veio de fundos criados, apenas, em 2020. Na Órama, seis meses depois do lançamento do selo ESG em sua plataforma de investimento, criado pela própria Órama, o número saiu de quatro para 13 fundos, dos quais três de crédito e o restante em ações.

Para conseguir o selo e chegar à plataforma, os fundos devem utilizar sete abordagens, entre elas a de filtro positivo de escolha das melhores empresas de um mesmo segmento e filtro negativo, que exclui setores. “Vemos intenção dos gestores em trazer critérios ESG mais formais em suas análises de investimento. Queremos outros fundos a adotarem práticas ESG”, afirma Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama.

O futuro aponta nessa direção. “A demanda veio para ficar e tende a aumentar”, disse Raquel Diniz, chefe de renda variável da Santander Asset Management. No ano passado, o banco relançou o fundo de ações ESG Ethical, criado em 2001, mas remodelado em 2020, com nova metodologia global desenvolvida pela própria instituição para ser utilizada nos critérios de seleção de ativos. “A falta de padronização fez com que o Santander investisse em metodologia ESG global. Queremos ver iniciativas na prática e não só no relatório das empresas”, afirma. A necessidade de métricas mais rígidas veio na esteira do movimento mundial que chegou ao Brasil no ano passado. O ponto de partida foi a carta do CEO da Blackrock, Larry Fink, em 2020, tornando a sustentabilidade parte integrante na composição de portfólio dos fundos. A sustentabilidade virou padrão de investimento da maior gestora mundial, com US$ 9,5 trilhões em ativos.

Por trás das mudanças, há motivação de peso: conquistar investidores de longo prazo. “Uma das grandes evoluções é que as empresas entenderam a necessidade de aplicar os valores ESG e saber reportar as iniciativas. Quando viram que a demanda por sua ação e seu crédito aumentaram e que atraem investidor de longo prazo, passaram a investir mais em ESG”, afirma Diniz.

O Santander passou a utilizar 90 indicadores para mensurar ações efetivas de empresas nos três quesitos. No ambiental, são 25 em cinco grupos de impactos – emissões, biodiversidade, eficiência energética, gestão de resíduos e de recursos naturais; no social, 34 indicadores, medidos em quatro temas – relação com funcionários, direitos humanos, stakeholders e negócios responsáveis. O ranking limita o universo de investimento. “Selecionamos as que estão no primeiro e segundo quartil e juntamos a isso análise fundamentalista das companhias e do cenário macro.”

Além de sustentável, os fundos ESG precisam ser rentáveis. Guilherme Bauer, sócio e analista da Fama, gestora com R$ 2,7 bilhões no portfólio, reforça o conceito. Com uma única estratégia ESG para toda a carteira administrada, a Fama avalia, além de boa governança e boa conduta ambiental e social, a rentabilidade dos ativos da carteira do Fama FIC FIA, único fundo aberto e destinado ao varejo.

Para mensurar quesitos ESG adotam, por exemplo, o conhecido filtro negativo, que veta compra de ações de empresas com problemas éticos e de certos setores, como os de combustíveis fósseis. A Vale, apesar de mineração não ser excludente, não faz parte da carteira da Fama.

Passado pelo filtro setorial, os gestores identificam a sustentabilidade das práticas. “Uma empresa que ganhe muito dinheiro precisa pensar também se o seu fornecedor continuará operando daqui a três anos. Usamos o mesmo critério para a relação com os funcionários (retenção de talentos) e meio ambiente.” Com isso, avaliam se os ganhos da empresa são sustentáveis. “As companhias com olhar atento para essas questões acabam mitigando riscos. Investimentos em empresas que são mais sustentáveis geram mais retorno ao longo do tempo”, afirma Bauer.

A JGP, com R$ 28,5 bilhões de ativos sob gestão, mudou sua política de investimentos em 2019, passando a adotar critérios ESG na composição dos fundos e lançou em 2020 o JGP ESG FIC FIA, seu primeiro fundo de ações com selo ESG de varejo. Optaram por excluir poucos setores, como o de tabaco e álcool, focando na atuação das empresas. Restringiram aquelas com casos recentes de corrupção e desastres ambientais e naquelas selecionadas passaram a atuar para que melhorarem suas práticas, como ocorre com a Petrobras. “É a melhor forma de um fundo atuar. Em situações extremas, nos unimos a outros investidores para votar, nas assembleias, contra certas práticas”, afirma Marcos di Tulio, analista da JGP.

Cada setor é avaliado de forma específica, a partir de frameworks setoriais. A gestora tem como referências métricas do Sustainability Accounting Standards Board (SASB), comparando práticas das empresas brasileiras com as do mesmo setor no mercado global. “Não adianta investir em uma empresa que daqui a 20 anos será insignificante”, afirma di Tulio.

Leia a matéria original do Valor econômico aqui.